Como se Manter em Santidade Durante o Namoro
Por que Namoro Santo?
Não é uma meta que se deva desprezar por ser bastante alta, mas perseguir mesmo que nunca a alcancemos em toda sua plenitude.
Há namoro que não é santo? Nem é preciso falar que hoje a maioria dos namoros estão longe de serem santos.
Mas para que serve o namoro, um namoro santo? Um namoro santo é o primeiro passo para um matrimônio santo. É nele que os namorados se preparam para viver um matrimônio santo.
Pensar em matrimônio entre eles , já? Não necessariamente. Pode ser que um namoro não termine em matrimônio, mas é sempre uma preparação para o seu matrimônio.
Se você começa um namoro e sinceramente não consegue imaginar, nem que seja de forma muito superficial aquela pessoa como sua esposa, seu esposo, nem comece, você já está no caminho errado.
É algo parecido com o “ficar” só que mais longo, um pouco. Não há compromisso com a pessoa do outro. Eu não me envolvo como deveria, o outro também não se envolve. Satisfazemos nossas necessidades afetivas, sexuais, temos alguém para nos divertir e só isso.
Exatamente, só isso. E por isso não é amor. Não é construção de nada. Não há renúncia de nada em favor do outro, não pode ser, desde o princípio, algo para sempre.
É bem exigente essa promessa. E como chegar a fazer esta promessa sem se preparar? Como cumprir esta promessa sem saber o que se está fazendo?
Eu te recebo…
No meu prédio, se alguém vem me visitar, a portaria me liga, antes de deixar o visitante entrar, para ver se eu conheço a pessoa, só então liberam a entrada para que a pessoa chegue e eu possa recebê-la em casa.
A promessa do matrimônio começa com: “Eu te recebo….” , ou seja, pressupõe que eu conheça com quem estou casando.
E como conhecer se não for no namoro? É no namoro que vemos como esta pessoa reage em todas as situações da vida. Mesmo num namoro de adolescentes podemos aprender muito sobre o outro e ir imaginando como será no futuro. Os jovens com mais idade também devem prestar atenção ao seu namorado, sua namorada.
Alguns podem argumentar: “Comigo ele ou ela é uma pessoa maravilhosa.” E eu pergunto: e na escola, no trabalho, na família?
“Mas todo mundo faz!” Também nos relacionamentos todo mundo faz o outro sofrer, todo mundo trai, todo mundo começa pensando em se não der certo parto para outra.
É claro que não somos responsáveis pelo relacionamento de nossos pais. E que se o deles não deu certo, não quer dizer que o seu também não dará. Mas este conhecimento sobre a família é um tópico importante para o conhecimento do outro.
É preciso conhecer o outro para poder recebê-lo no sentido da promessa do matrimônio. Não só a parte boa. Quando ele ou ela está com você, apaixonado, todo carinhoso, ou carinhosa. É preciso ver como reage quando não está com você ou em situações difíceis. Isto é conhecer. Não se pode pensar que conhecer é só um pouquinho da pessoa, conhecer é o todo da pessoa.
E como tem gente cega para isso.
“Ele bebia com os amigos, mas eu pensei que após casarmos isso mudaria!”
“Eu via como ele tratava a mãe quando ela o pressionava, mas comigo era diferente. Só que agora isso virou contra mim.”
E não tem nada que cega mais nossa avaliação de uma pessoa que o sexo. O sexo é algo maravilhoso e bom. Só que na hora certa, dentro do matrimônio. Porque de tão bom e forte que é o sexo, ele nos cega para vermos todas as dimensões do outro.
O namoro é o tempo de seleção. É preciso se conhecer bem e conhecer o outro, no seu comportamento, na sua fé, na sua visão de futuro, nas suas prioridades de vida, nos seus valores.
“Ser fiel…”
E como descobrir isso antes? Desde o namoro?
E fidelidade é compromisso com o outro. Se eu simplesmente “estou” com o outro, sem compromisso não é possível construir a fidelidade e quem sabe no futuro, ao sermos traídos nós pensemos que isso foi injusto. Talvez até seja uma injustiça. Mas foi trabalhada a fidelidade, em nós, desde o princípio dos nossos relacionamentos?
Com essa liberalidade sexual entre namorados se está treinando para a traição e não para a fidelidade. É sim, se você se sente atraído por ele ou por ela. E vão para um motel, toda vez que sentem este desejo, quem garante que quando você estiver grávida, no fim de uma gravidez, ou ele estiver com problemas no emprego e isso tirar seu interesse sexual por um tempo no casamento, não haverá uma atração por outra pessoa? E se houver outra pessoa, como você sempre se acostumou a satisfazer essa vontade, por que não trair com uma aventurazinha de nada?
Ser fiel exige renúncia. Renúncia exige treino.
“Na alegria ou na tristeza…”
Gostar, alegria, tristeza, são sentimentos e amor é mais que sentimentos. Esta frase na promessa do matrimônio é sábia e pena que poucos a compreendem em sua total dimensão.
Amor é uma decisão pelo outro. Decisão que deve existir mesmo quando não é gostoso estar com o outro. O gostar fala de mim. Fala de como eu me satisfaço nesta ou naquela situação. Amor tem que dizer respeito ao outro.
Amar com bons sentimentos é o ideal, mas nem sempre é possível o tempo todo.
“Na saúde ou na doença…”
“por todos os dias de minha vida”
Desde o namoro a idéia de que é fácil trocar é muito mais presente que a vontade de lutar por um relacionamento. É preciso cultivar sonhos de amor e ir tentando realizá-los durante toda a vida.
Casais que param de sonhar, perdem o sentido de estarem juntos. E é no namoro que esse “para sempre” começa. Sonhar juntos é preciso sempre. Desde o sonho de irem um dia a um show ou a um restaurante.
Sonhar, mesmo que sonhos “impossíveis”, como a certeza que estarão juntos mesmo daqui a 50 anos. A união do casal depende desses sonhos que vão se realizando ao longo da vida. Mesmo que sejam sonhos profissionais de um que se tornam dos dois. De maternidade ou paternidade, mas que ambos sonham juntos.
Como vemos o namoro tem uma influência enorme para o sucesso ou fracasso dos matrimônios. E só há mais um detalhe que já mencionei de leve, mas que é a chave de tudo na vida, nos namoros e nos futuros matrimônios.
Não falei matrimônio em todo este texto por acaso. Matrimônio é um sacramento em que duas pessoas se unem com a benção de Deus. Aí está a chave do sucesso. Relacionamento a dois não dá certo. Desde o namoro.
O relacionamento tem que ser a três. Deus quer estar com vocês. Deus quer mostrar seu amor para nós para ser modelo de nosso amor. E com Ele no relacionamento, desde o namoro, a vida do casal tem muito mais chance de terem cumpridas todas as promessas feitas no dia de seu matrimônio.
A ORIENTAÇÃO BÍBLICA
Com a criação de Eva, Deus deu a Adão alguém com quem ele pudesse se relacionar, conversar, dividir alegrias, descobertas, etc. O casamento é plano de Deus! Pois bem, o primeiro passo rumo a esta união é o namoro. É importante encará-lo com seriedade. Quem erra o primeiro passo, pode se complicar mais à frente.
Cerca de 75% dos problemas que os casais enfrentam têm origem na época do namoro e do noivado. Um namoro problemático, fora dos padrões estabelecidos por Deus, é danoso e pode machucar os envolvidos. Para que isso não aconteça, vejamos alguns princípios orientadores para o namoro, contidos nas Escrituras.
1. A escolha certa no namoro:
Você sabe o que é o “julgo desigual”? De acordo com o contexto desta passagem, colocar-se em jugo desigual significa ter ligação com uma pessoa que é totalmente diferente.
“Neste texto está relacionado a uma pessoa que não é membro da família da fé e que pode fazer com que um crente quebre a sua aliança com Deus”. Parece que o que está em questão é separar a religião pagã da religião cristã.
Veja que Paulo é contundente na seqüência: “porquanto que sociedade pode haver entre a justiça e a iniqüidade? Ou que comunhão, da luz com as trevas? Ou que união, do crente com o incrédulo?” (2 Co 6:14-15).
Depois de tudo isso, é indispensável perguntar se vale mesmo a pena namorar. Será que não é roubada? Afinal, se namorar determinada pessoa significa risco de quebrar a aliança com Deus, é uma tremenda fria! É bom pensar, repensar e orar. Um namoro santo começa com uma escolha certa! “Por acaso andarão duas pessoas juntas, se não estiverem de acordo?” (Am 3:3).
2. O propósito real do namoro:
Foi ele quem disse: “Portanto, o homem deixará o seu pai e sua mãe e se unirá a sua mulher” (Gn 2:24). Não se apresse a ler este texto. Medite: O que Deus criou, aqui em Gênesis? O casamento, isso mesmo! Deus não criou o namoro. O namoro é o primeiro passo para o casamento.
Se Deus nunca tivesse instituído o casamento, o namoro também não existiria.
“Ah! Mais então quando duas pessoas começam a namorar, elas são obrigadas a se casar?”
3. O cuidado físico no namoro:
Essa orientação do apóstolo Paulo é escrita numa época em que o mundo greco-romano era um verdadeiro caos sem lei. Parecia que a vergonha havia “sumido da terra”. A igreja surge dentro deste contexto pervertido. Orientações sobre a vida sexual precisavam ser dadas.
Paulo mostra que o crente em Jesus deve saber controlar o seu corpo em santidade e honra. Mais que isso: ele indica a maneira, através de uma expressão interessante, no versículo 6: “e que, nesta matéria, ninguém ofenda nem defraude a seu irmão”.
Atente para a palavra “defraudar”. Ela significa “despertar um sentimento ou desejo no outro que não pode ser licitamente satisfeito”, ou “utilizar como se fosse sua a propriedade de outra pessoa”.
É por isso mesmo que quem namora deve tomar cuidados físicos redobrados. Evitar a todo custo provocar o desejo sexual no outro através do contato físico exagerado ou por meio de roupas sensuais e etc. Intimidade sexual, sem compromisso sério, é “defraudar”.
O corpo do (a) namorado (a) não pertence à namorada (o) enquanto eles não se casarem.
Lamentavelmente, neste aspecto (e em muitos outros), a mídia faz um total desserviço. Vivemos numa época em que os “senhores” do mercado, os “poderosos” da mídia, querem nos convencer de que não podemos viver sem sexo.
Mas não se esqueça: esse é o padrão de Deus. Ele é irrevogável. Portanto, é necessário obedecer-lhe.
Na seqüência, continuando a nossa busca por princípios bíblicos que devem orientar o namoro, veremos o que deve, de fato, acontecer neste relacionamento.
Quem namora, precisa aperfeiçoar a capacidade de se relacionar.
Você já ouviu falar em “namoro virtual”? Pois é, a cada dia que passa, cresce o número da lista de pessoas que se inscrevem em sites de relacionamentos, em busca de um “namoro” assim.
Mas acontece que relacionamentos “exigem muita dedicação e habilidade”. São poucos os que estão interessados em desenvolvê-los com seriedade. O namoro virtual pode até ser “bom” para o bolso, mas priva “casal” de uma das maiores oportunidades oferecidas pelo namoro: a capacidade de aperfeiçoar os relacionamentos.
Quem não sabe se relacionar, só tem a perder. A Bíblia diz que duas pessoas juntas podem lucrar muito mais do que uma sozinha (Ec 4:9 . Pois bem, o namoro pode ser “um período de grande crescimento e descoberta nesta área”.
Quem namora, precisa desenvolver a capacidade de se controlar.
Tudo vai depender da forma com que é encarado. Quanto o casal avança os limites estabelecidos por Deus, o risco do namoro se tornar um tempo de frustração é muito grande. É preciso autocontrole.
Se quer agradar a Deus, quem namora, precisa desenvolver esta virtude. O ato de protelar a relação sexual até o casamento serve para isso. É pedagógico.
Mostra que o “relacionamento e a verdadeira preocupação com o outro são mais importantes que a satisfação pessoal e a expressão sexual”. Quando esse princípio é levado a sério, o namoro se torna uma ótima oportunidade para se exercitar o autocontrole ou domínio próprio, uma das características do fruto do Espírito (Ef 5:23).
Quem namora, precisa aumentar a capacidade de se comunicar.
Quanto tempo o casal de namorados passa conversando? Geralmente, muito pouco. Isso é um sinal de alerta! Não adianta se iludir se, no namoro, não existe diálogo, no casamento não existirá também.
Em Provérbios, o “controle da boca” é uma virtude desejável a ser perseguida, pois o que controla a sua boca preserva a vida (13:3a).
Meditar no que responder: “O coração do justo medita sobre o que se deve responder” (Pv 15:28).
Todas essas práticas precisam ser exercitadas no namoro: “Palavras suaves são como favos de mel, doçura para alma e saúde para o corpo” (Pv 16:24).
Você que está terminando de ler estas palavras, deve saber o quanto o casamento é importante para Deus. Sabe que ele deve ser uma união indissolúvel: “o que Deus uniu não separe o homem” (Mt 19:6b).
Pois bem, o sucesso no casamento, depende, em muitos fatores, do sucesso no namoro.
Então, se você for pai ou mãe, oriente seus filhos sobre o namoro segundo a vontade de Deus.
Não tenha medo de falar! E, se você for jovem, ou uma pessoa que está namorando ou pensando em namorar, não adie: conduza seu relacionamento de acordo com os princípios das Escrituras Sagradas. Vale a pena.
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