Autor: | Prof. João Flávio Martinez |
INTRODUÇÃO
Sete cartas foram escritas à Igreja, todavia nenhuma foi tão dura e exortativa como esta.
Laodicéia é um nome composto de duas palavras: “Laos”, que significa leigos ou povo comum e “Dicíea”, que pode ser traduzido como costumes ou opiniões do povo. Então, Laodicéia significa os costumes dos leigos ou as opiniões do povo comum.
Esta Igreja que queria ganhar o mundo veio a tornar-se mundana e cheia de idéias e opiniões humanas. Todos opinavam e decidiam o que seria espiritual para a Igreja. Entretanto, nem sempre a voz do povo é a voz de Deus - a Igreja virou um caos.
Esta é a Igreja que profeticamente estariam em plena atividade nesses dias. “Laodicéias” estão aparecendo mais e mais a cada dia. Igrejas quentes, esfriam-se. Igrejas vivas, morrem e tornam-se mercenárias, pensando somente no lucro e no seu bem estar financeiro.
Por esse motivo iremos compartilhar esta palavra e aprendermos o que devemos fazer para evitar que nos tornemos frios.
Leia com amor e oração e o Espírito lhe trará a verdade.
SOBRE A CIDADE DE LAODICÉIA
Laodicéia, significa que pertence a Laodice: Uma cidade sobre o rio Lico, famosa pelos amplos muros e, como Roma, edificada sobre sete montes. Chamava-se, antes, Diósopolis, cidade de Zeus. Foi ampliada e melhorada por Antíoco II, que lhe pôs o nome de Laodicéia em honra de sua mulher, Laodice. A cidade foi destruída por um terremoto em 62 A.D.(depois de Cristo) e reconstruída por seu próprio povo, o qual se orgulhava de o fazer sem pedir auxílio ao estado. As riquezas da cidade, provenientes da excelência de suas lãs, produziu um ambiente que se refletia em apatia espiritual na Igreja.
O AMÉM
“Ao anjo da igreja em Laodicéia escreve: Isto diz o Amém, a testemunha fiel e verdadeira, o princípio da criação de Deus”. (Ap 3.14)
Amém quer dizer: “assim seja” e o Senhor tem que ser o Amém na vida da Igreja. Parece que os irmãos de Laodicéia haviam se esquecido do Senhoril de Jesus sobre eles. O povo desta Igreja não estava orando mais para saber a vontade de Deus, mas votando qual seria a melhor opção. Nesta votação nem sempre o votado era bom e agradável a Deus. O governo Divino não é democrático, mas teocrático - foi por isso que a Igreja e o seu pastor foram seriamente exortados. O líder da Igreja tem que estar no prumo de Deus, buscando com a sua Igreja a vontade do Senhor, pois Cristo é o nosso AMÉM. A vontade de Jesus tem que imperar sobre a sua Igreja para que haja um mover espiritual de amor e fé que contagiará o mundo. É importante entendermos que nem todos os membros da Igreja aceitarão o plano divino. Alguns e se levantarão contra, mas tenhamos em mente que o Senhor testemunhará favor dos seus pastores e trará sua unção sobre a Igreja - Ele é “A Testemunha fiel e verdadeira”.
A IGREJA TEM QUE SER QUENTE
“Conheço as tuas obras, que nem és frio nem quente; oxalá foras frio ou quente! Assim, porque és morno, e não és quente nem frio, vomitar-te-ei da minha boca” (Ap 3.14-15).
O Deus que conhece todas as nossas obras requer de nós uma vida cristã bem definida - ou somos de Deus ou não somos. A referida Igreja era composta de crentes “mais ou menos”, pessoas que freqüentavam as reuniões e não tinham a devida responsabilidade com o Senhor. Lamentavelmente, vemos exatamente isso nos dias atuais, aonde mais e mais indivíduos vão aos cultos sem objetividade e fazem da Igreja um clube.
As pessoas e suas opiniões estão invadindo as Igrejas e a conformando com o mundo. Os pastores estão preocupados em agradar as multidões e como atraí-las, mesmo que para isso tenham que colocar Jesus lá fora, do outro lado da calçada (Ap 3.20). Com isso a degeneração cresce e assola a Igreja atual. Só que o Senhor da Igreja tem uma palavra para esses: “vomitar-te-ei da minha boca”.
Se Deus não quer frieza e nem mornidão, então vamos aprender como se esquentar, Leiamos:
“O fogo sobre o altar se conservará aceso; não se apagará. O sacerdote acenderá lenha nele todos os dias pela manhã, e sobre ele porá em ordem o holocausto, e queimará a gordura das ofertas pacíficas. O fogo se conservará continuamente aceso sobre o altar; não se apagará” (Lv 6.12-13).
“e nos fez reino, sacerdotes para Deus, seu Pai, a ele seja glória e domínio pelos séculos dos séculos. Amém” (Ap 1.6).
Pelos textos em lide, fica claro o segredo de termos uma vida quente e ativa na presença de Deus. Na atual Dispensação todos somos sacerdotes do Senhor e devemos ter responsabilidades na manutenção de uma fé viva. A Bíblia fala que a incumbência de manter o fogo aceso no altar era do sacerdote. Todos os dias o sacerdote tinha que atear lenha no fogo e cuidar para que esse fogo permanecesse em chamas vivas. Esse “cortar lenha cotidiano” representa algumas atividades que precisamos manter no pragmaticismo de nossas vidas. “Cortar lenha” é: orar, jejuar, ler a Palavra de Deus, ir aos cultos freqüentemente, evangelizar, freqüentar a escola dominical... Enfim, “cortar lenha” é ser ativo dia-a-dia sem deixar o desanimo dominar. Fazendo assim seu espírito manter-se-á vivo e desfrutará do fogo do Espírito.
“E por isso mesmo vós, empregando toda a diligência, acrescentai à vossa fé a virtude, e à virtude a ciência, e à ciência o domínio próprio, e ao domínio próprio a perseverança, e à perseverança a piedade, e à piedade a fraternidade, e à fraternidade o amor. Porque, se em vós houver e abundarem estas coisas, elas não vos deixarão ociosos nem infrutíferos no pleno conhecimento de nosso Senhor Jesus Cristo. Pois aquele em quem não há estas coisas é cego, vendo somente o que está perto, havendo-se esquecido da purificação dos seus antigos pecados. Portanto, irmãos, procurai mais diligentemente fazer firme a vossa vocação e eleição; porque, fazendo isto, nunca jamais tropeçareis”. (IIPe 1.5-10)
O RICO POBRE
“Porquanto dizes: Rico sou, e estou enriquecido, e de nada tenho falta; e não sabes que és um coitado, e miserável, e pobre, e cego, e nu; aconselho-te que de mim compres ouro refinado no fogo, para que te enriqueças; e vestes brancas, para que te vistas, e não seja manifesta a vergonha da tua nudez; e colírio, a fim de ungires os teus olhos, para que vejas” (Ap 3.17-18).
Essa era o tipo de Igreja que nos dias contemporâneos ninguém ousaria dizer que Deus não é com ela. Era uma Igreja que tinha tudo; tinha grande quantidade de membros, dinheiro em abundância, conhecimento teológico e até manifestações espirituais. Humanamente falando nada exteriormente a desabonava - mas e interiormente?
“porque o Senhor não vê como vê o homem, pois o homem olha para o que está diante dos olhos, porém o Senhor olha para o coração” (ISm16.7).
Ainda que parecesse espiritual, essa Igreja era arrogante, petulante e altiva. Chegou ao ponto de afirmar que: “Rico sou, e estou enriquecido, e de nada tenho falta”. Eles se achavam o “máximo”, só eles tinham as revelações. Deus só vivia para eles e só no meio deles as coisas aconteciam. Achavam-se maravilhosos e divinos - Deus dera a eles algo que nenhum outro tinha. Enfim, as presunções desses atingiram níveis estratosféricos.
Entretanto o Senhor da Igreja sabe tudo e envia a sua Palavra a esses: “e não sabes que és um coitado, e miserável, e pobre, e cego, e nu”.
OURO, VESTES BRANCAS E COLÍRIO
Faltava a essa igreja: ouro, vestes brancas e colírio.
- aconselho-te que de mim compres ouro refinado no fogo, para que te enriqueças: Embora eles sejam ricos, contudo o Senhor os vê como sendo pobres.
O fracasso e a fraqueza deles devem-se ao fato de que a fé verdadeira tomou um direcionamento equivocado. Pedro diz que o ouro provado pelo fogo é “fé em provação” (IPe 1.7). Provação que os tais não gostam de experimentar.
A Palavra deve ser provada antes para depois ser passada aos outros. Assim, você precisa comprar ouro provado pelo fogo (Palavra vivenciada na hora da luta). Você deve aprender a confiar, mesmo no momentos da tribulação; então, você será realmente rico.
- e vestes brancas, para que te vistas, e não seja manifesta a vergonha da tua nudez”.
Vestiduras brancas referem-se ao comportamento. A “vestidura branca” aqui é mesma mencionada em diversos outros lugares de Apocalipse. O propósito de Deus é que não se tenha contaminação, assim como a veste é branca.
Deus nos quer andando continuamente diante Dele. É impossível estar nu diante de Deus. No VT, nenhum homem poderia aproximar-se de Deus a não ser vestido. Quando os sacerdotes iam ao altar, a sua nudez não deveria estar descoberta. IICo 5.3 nos diz: “se é que, estando vestidos, não formos achados nus”. Mas nesta passagem não é uma questão de estar vestido ou não, mas se a veste é ou não branca. O Senhor Jesus disse: “E aquele que der até mesmo um copo de água fresca a um destes pequeninos, na qualidade de discípulo, em verdade vos digo que de modo algum perderá a sua recompensa” (Mt 10.42). Esta é a veste branca. Podemos tratar os outros festivamente, contudo isso pode não ser “branco”. Se fizermos isso apenas com o objetivo de manter a glória do nosso grupo ou denominação, isso não será válido. Se a motivação for de cunho mesquinho e egoísta, menos válido será. Não é limpo o suficiente. O Senhor deseja que tenhamos propósitos e motivos limpos ao trabalharmos ou executarmos alguma coisa para Ele, de maneira que quando andarmos diante do Senhor não sejamos motivo de vergonha.
- “e colírio, a fim de ungires os teus olhos, para que vejas”:
Comprar colírio é ter a revelação do Espírito Santo. Alguns acham que ter uma gama enorme de conhecimento teológico fará diferença na contemplação do Divino e na sua revelação. A prática nos mostra que não é bem assim. O conhecimento dado a um cego espiritual só resultará em arrogância e terá como conseqüência uma vida religiosa embotada e sem frutos. O equilíbrio nessa questão é crucial! O crescimento de Graça e Conhecimento deve ser simultâneo.
“antes crescei na graça e no conhecimento de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo.” (II Pe 3.18)
Esse equilíbrio é salutar para que se tenha uma cosmovisão real do cristianismo que Deus quer que vivamos no nosso dia-a-dia.
Esse colírio tem como finalidade manter nossa ótica sintonizada com o beneplácito de Deus.
A Igreja de Laodicéia não tinha mais a visão espiritual e tornou-se cega, mesmo conhecendo a teoria.
A CORREÇÃO É PARA OS AMADOS DE DEUS
“Eu repreendo e castigo a todos quantos amo: sê pois zeloso, e arrepende-te”
(Ap 3.18).
“e já vos esquecestes da exortação que vos admoesta como a filhos: Filho meu, não desprezes a correção do Senhor, nem te desanimes quando por ele és repreendido; pois o Senhor corrige ao que ama, e açoita a todo o que recebe por filho. É para disciplina que sofreis; Deus vos trata como a filhos; pois qual é o filho a quem o pai não corrija? Mas, se estais sem disciplina, da qual todos se têm tornado participantes, sois então bastardos, e não filhos” (Hb 12.5-8).
Muitas vezes o nosso Deus permite que passemos por sérias circunstâncias de lutas e dificuldades. Devemos entender que o propósito de Deus é ter um povo abençoado e feliz. O Senhor não quer ver os seus filhos passando necessidades, enfermidades, misérias, angustias, depressões..., mas quando nós mesmos O desobedecemos abrimos as portas das lutas e problemas – o Mundo é a prova disso. É claro que nem todas as lutas são por causa de uma desobediência. Entretanto a maioria das tribulações que passamos é adquirida por sermos altivos e insubmissos a Deus. Podemos citar o caso do Profeta Jonas. Deus o havia comissionado para pregar na grande cidade de Nínive. Ele por achar que os ninivitas não mereciam o amor de Deus, recusa-se a cumprir a diretriz do Senhor, pegando assim um navio e indo para Jôpe - que era na direção oposta. A conseqüência dessa desobediência foi uma grande tempestade. Quando indagado sobre o que seria aquela tempestade anormal, Jonas declara ser ele o problema e assim é lançado ao mar. Mais três dias de sofrimento e dores passou Jonas, agora dentro de um ventre de um grande peixe, até que o arrependimento veio em seu coração. Milagrosamente ele foi encontrado na praia de Nínive e tinha uma segunda chance. Agora, será que isso não poderia ter sido evitado? É claro que sim, através da obediência e submissão à vontade de Deus.
O que quero lhe passar é que quando estamos na direção certa podemos evitar muitos problemas. Podemos permanecer mais tempo sem tantas lutas, visto que ficar sem lutas é impossível (mesmo estando no prumo de Deus).
A MAIOR PROMESSA
“Ao que vencer, eu lhe concederei que se assente comigo no meu trono. Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas” (Ap 3.21-22).
Vejam que graça maravilhosa! Uma das maiores promessas feitas por Jesus foi essa dada a Igreja da Laodicéia - “que se assente comigo no meu trono”. Isso mostra como é grande o amor de Deus para com os que se arrependem.
BIBLIOGRAFIA
Daniel e Apocalipse, EETAD;
Pequena Enciclopédia Bíblica, Ed. Vida;
Manual Bíblico, H.H.Halley .
Sete cartas foram escritas à Igreja, todavia nenhuma foi tão dura e exortativa como esta.
Laodicéia é um nome composto de duas palavras: “Laos”, que significa leigos ou povo comum e “Dicíea”, que pode ser traduzido como costumes ou opiniões do povo. Então, Laodicéia significa os costumes dos leigos ou as opiniões do povo comum.
Esta Igreja que queria ganhar o mundo veio a tornar-se mundana e cheia de idéias e opiniões humanas. Todos opinavam e decidiam o que seria espiritual para a Igreja. Entretanto, nem sempre a voz do povo é a voz de Deus - a Igreja virou um caos.
Esta é a Igreja que profeticamente estariam em plena atividade nesses dias. “Laodicéias” estão aparecendo mais e mais a cada dia. Igrejas quentes, esfriam-se. Igrejas vivas, morrem e tornam-se mercenárias, pensando somente no lucro e no seu bem estar financeiro.
Por esse motivo iremos compartilhar esta palavra e aprendermos o que devemos fazer para evitar que nos tornemos frios.
Leia com amor e oração e o Espírito lhe trará a verdade.
SOBRE A CIDADE DE LAODICÉIA
Laodicéia, significa que pertence a Laodice: Uma cidade sobre o rio Lico, famosa pelos amplos muros e, como Roma, edificada sobre sete montes. Chamava-se, antes, Diósopolis, cidade de Zeus. Foi ampliada e melhorada por Antíoco II, que lhe pôs o nome de Laodicéia em honra de sua mulher, Laodice. A cidade foi destruída por um terremoto em 62 A.D.(depois de Cristo) e reconstruída por seu próprio povo, o qual se orgulhava de o fazer sem pedir auxílio ao estado. As riquezas da cidade, provenientes da excelência de suas lãs, produziu um ambiente que se refletia em apatia espiritual na Igreja.
O AMÉM
“Ao anjo da igreja em Laodicéia escreve: Isto diz o Amém, a testemunha fiel e verdadeira, o princípio da criação de Deus”. (Ap 3.14)
Amém quer dizer: “assim seja” e o Senhor tem que ser o Amém na vida da Igreja. Parece que os irmãos de Laodicéia haviam se esquecido do Senhoril de Jesus sobre eles. O povo desta Igreja não estava orando mais para saber a vontade de Deus, mas votando qual seria a melhor opção. Nesta votação nem sempre o votado era bom e agradável a Deus. O governo Divino não é democrático, mas teocrático - foi por isso que a Igreja e o seu pastor foram seriamente exortados. O líder da Igreja tem que estar no prumo de Deus, buscando com a sua Igreja a vontade do Senhor, pois Cristo é o nosso AMÉM. A vontade de Jesus tem que imperar sobre a sua Igreja para que haja um mover espiritual de amor e fé que contagiará o mundo. É importante entendermos que nem todos os membros da Igreja aceitarão o plano divino. Alguns e se levantarão contra, mas tenhamos em mente que o Senhor testemunhará favor dos seus pastores e trará sua unção sobre a Igreja - Ele é “A Testemunha fiel e verdadeira”.
A IGREJA TEM QUE SER QUENTE
“Conheço as tuas obras, que nem és frio nem quente; oxalá foras frio ou quente! Assim, porque és morno, e não és quente nem frio, vomitar-te-ei da minha boca” (Ap 3.14-15).
O Deus que conhece todas as nossas obras requer de nós uma vida cristã bem definida - ou somos de Deus ou não somos. A referida Igreja era composta de crentes “mais ou menos”, pessoas que freqüentavam as reuniões e não tinham a devida responsabilidade com o Senhor. Lamentavelmente, vemos exatamente isso nos dias atuais, aonde mais e mais indivíduos vão aos cultos sem objetividade e fazem da Igreja um clube.
As pessoas e suas opiniões estão invadindo as Igrejas e a conformando com o mundo. Os pastores estão preocupados em agradar as multidões e como atraí-las, mesmo que para isso tenham que colocar Jesus lá fora, do outro lado da calçada (Ap 3.20). Com isso a degeneração cresce e assola a Igreja atual. Só que o Senhor da Igreja tem uma palavra para esses: “vomitar-te-ei da minha boca”.
Se Deus não quer frieza e nem mornidão, então vamos aprender como se esquentar, Leiamos:
“O fogo sobre o altar se conservará aceso; não se apagará. O sacerdote acenderá lenha nele todos os dias pela manhã, e sobre ele porá em ordem o holocausto, e queimará a gordura das ofertas pacíficas. O fogo se conservará continuamente aceso sobre o altar; não se apagará” (Lv 6.12-13).
“e nos fez reino, sacerdotes para Deus, seu Pai, a ele seja glória e domínio pelos séculos dos séculos. Amém” (Ap 1.6).
Pelos textos em lide, fica claro o segredo de termos uma vida quente e ativa na presença de Deus. Na atual Dispensação todos somos sacerdotes do Senhor e devemos ter responsabilidades na manutenção de uma fé viva. A Bíblia fala que a incumbência de manter o fogo aceso no altar era do sacerdote. Todos os dias o sacerdote tinha que atear lenha no fogo e cuidar para que esse fogo permanecesse em chamas vivas. Esse “cortar lenha cotidiano” representa algumas atividades que precisamos manter no pragmaticismo de nossas vidas. “Cortar lenha” é: orar, jejuar, ler a Palavra de Deus, ir aos cultos freqüentemente, evangelizar, freqüentar a escola dominical... Enfim, “cortar lenha” é ser ativo dia-a-dia sem deixar o desanimo dominar. Fazendo assim seu espírito manter-se-á vivo e desfrutará do fogo do Espírito.
“E por isso mesmo vós, empregando toda a diligência, acrescentai à vossa fé a virtude, e à virtude a ciência, e à ciência o domínio próprio, e ao domínio próprio a perseverança, e à perseverança a piedade, e à piedade a fraternidade, e à fraternidade o amor. Porque, se em vós houver e abundarem estas coisas, elas não vos deixarão ociosos nem infrutíferos no pleno conhecimento de nosso Senhor Jesus Cristo. Pois aquele em quem não há estas coisas é cego, vendo somente o que está perto, havendo-se esquecido da purificação dos seus antigos pecados. Portanto, irmãos, procurai mais diligentemente fazer firme a vossa vocação e eleição; porque, fazendo isto, nunca jamais tropeçareis”. (IIPe 1.5-10)
O RICO POBRE
“Porquanto dizes: Rico sou, e estou enriquecido, e de nada tenho falta; e não sabes que és um coitado, e miserável, e pobre, e cego, e nu; aconselho-te que de mim compres ouro refinado no fogo, para que te enriqueças; e vestes brancas, para que te vistas, e não seja manifesta a vergonha da tua nudez; e colírio, a fim de ungires os teus olhos, para que vejas” (Ap 3.17-18).
Essa era o tipo de Igreja que nos dias contemporâneos ninguém ousaria dizer que Deus não é com ela. Era uma Igreja que tinha tudo; tinha grande quantidade de membros, dinheiro em abundância, conhecimento teológico e até manifestações espirituais. Humanamente falando nada exteriormente a desabonava - mas e interiormente?
“porque o Senhor não vê como vê o homem, pois o homem olha para o que está diante dos olhos, porém o Senhor olha para o coração” (ISm16.7).
Ainda que parecesse espiritual, essa Igreja era arrogante, petulante e altiva. Chegou ao ponto de afirmar que: “Rico sou, e estou enriquecido, e de nada tenho falta”. Eles se achavam o “máximo”, só eles tinham as revelações. Deus só vivia para eles e só no meio deles as coisas aconteciam. Achavam-se maravilhosos e divinos - Deus dera a eles algo que nenhum outro tinha. Enfim, as presunções desses atingiram níveis estratosféricos.
Entretanto o Senhor da Igreja sabe tudo e envia a sua Palavra a esses: “e não sabes que és um coitado, e miserável, e pobre, e cego, e nu”.
OURO, VESTES BRANCAS E COLÍRIO
Faltava a essa igreja: ouro, vestes brancas e colírio.
- aconselho-te que de mim compres ouro refinado no fogo, para que te enriqueças: Embora eles sejam ricos, contudo o Senhor os vê como sendo pobres.
O fracasso e a fraqueza deles devem-se ao fato de que a fé verdadeira tomou um direcionamento equivocado. Pedro diz que o ouro provado pelo fogo é “fé em provação” (IPe 1.7). Provação que os tais não gostam de experimentar.
A Palavra deve ser provada antes para depois ser passada aos outros. Assim, você precisa comprar ouro provado pelo fogo (Palavra vivenciada na hora da luta). Você deve aprender a confiar, mesmo no momentos da tribulação; então, você será realmente rico.
- e vestes brancas, para que te vistas, e não seja manifesta a vergonha da tua nudez”.
Vestiduras brancas referem-se ao comportamento. A “vestidura branca” aqui é mesma mencionada em diversos outros lugares de Apocalipse. O propósito de Deus é que não se tenha contaminação, assim como a veste é branca.
Deus nos quer andando continuamente diante Dele. É impossível estar nu diante de Deus. No VT, nenhum homem poderia aproximar-se de Deus a não ser vestido. Quando os sacerdotes iam ao altar, a sua nudez não deveria estar descoberta. IICo 5.3 nos diz: “se é que, estando vestidos, não formos achados nus”. Mas nesta passagem não é uma questão de estar vestido ou não, mas se a veste é ou não branca. O Senhor Jesus disse: “E aquele que der até mesmo um copo de água fresca a um destes pequeninos, na qualidade de discípulo, em verdade vos digo que de modo algum perderá a sua recompensa” (Mt 10.42). Esta é a veste branca. Podemos tratar os outros festivamente, contudo isso pode não ser “branco”. Se fizermos isso apenas com o objetivo de manter a glória do nosso grupo ou denominação, isso não será válido. Se a motivação for de cunho mesquinho e egoísta, menos válido será. Não é limpo o suficiente. O Senhor deseja que tenhamos propósitos e motivos limpos ao trabalharmos ou executarmos alguma coisa para Ele, de maneira que quando andarmos diante do Senhor não sejamos motivo de vergonha.
- “e colírio, a fim de ungires os teus olhos, para que vejas”:
Comprar colírio é ter a revelação do Espírito Santo. Alguns acham que ter uma gama enorme de conhecimento teológico fará diferença na contemplação do Divino e na sua revelação. A prática nos mostra que não é bem assim. O conhecimento dado a um cego espiritual só resultará em arrogância e terá como conseqüência uma vida religiosa embotada e sem frutos. O equilíbrio nessa questão é crucial! O crescimento de Graça e Conhecimento deve ser simultâneo.
“antes crescei na graça e no conhecimento de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo.” (II Pe 3.18)
Esse equilíbrio é salutar para que se tenha uma cosmovisão real do cristianismo que Deus quer que vivamos no nosso dia-a-dia.
Esse colírio tem como finalidade manter nossa ótica sintonizada com o beneplácito de Deus.
A Igreja de Laodicéia não tinha mais a visão espiritual e tornou-se cega, mesmo conhecendo a teoria.
A CORREÇÃO É PARA OS AMADOS DE DEUS
“Eu repreendo e castigo a todos quantos amo: sê pois zeloso, e arrepende-te”
(Ap 3.18).
“e já vos esquecestes da exortação que vos admoesta como a filhos: Filho meu, não desprezes a correção do Senhor, nem te desanimes quando por ele és repreendido; pois o Senhor corrige ao que ama, e açoita a todo o que recebe por filho. É para disciplina que sofreis; Deus vos trata como a filhos; pois qual é o filho a quem o pai não corrija? Mas, se estais sem disciplina, da qual todos se têm tornado participantes, sois então bastardos, e não filhos” (Hb 12.5-8).
Muitas vezes o nosso Deus permite que passemos por sérias circunstâncias de lutas e dificuldades. Devemos entender que o propósito de Deus é ter um povo abençoado e feliz. O Senhor não quer ver os seus filhos passando necessidades, enfermidades, misérias, angustias, depressões..., mas quando nós mesmos O desobedecemos abrimos as portas das lutas e problemas – o Mundo é a prova disso. É claro que nem todas as lutas são por causa de uma desobediência. Entretanto a maioria das tribulações que passamos é adquirida por sermos altivos e insubmissos a Deus. Podemos citar o caso do Profeta Jonas. Deus o havia comissionado para pregar na grande cidade de Nínive. Ele por achar que os ninivitas não mereciam o amor de Deus, recusa-se a cumprir a diretriz do Senhor, pegando assim um navio e indo para Jôpe - que era na direção oposta. A conseqüência dessa desobediência foi uma grande tempestade. Quando indagado sobre o que seria aquela tempestade anormal, Jonas declara ser ele o problema e assim é lançado ao mar. Mais três dias de sofrimento e dores passou Jonas, agora dentro de um ventre de um grande peixe, até que o arrependimento veio em seu coração. Milagrosamente ele foi encontrado na praia de Nínive e tinha uma segunda chance. Agora, será que isso não poderia ter sido evitado? É claro que sim, através da obediência e submissão à vontade de Deus.
O que quero lhe passar é que quando estamos na direção certa podemos evitar muitos problemas. Podemos permanecer mais tempo sem tantas lutas, visto que ficar sem lutas é impossível (mesmo estando no prumo de Deus).
A MAIOR PROMESSA
“Ao que vencer, eu lhe concederei que se assente comigo no meu trono. Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas” (Ap 3.21-22).
Vejam que graça maravilhosa! Uma das maiores promessas feitas por Jesus foi essa dada a Igreja da Laodicéia - “que se assente comigo no meu trono”. Isso mostra como é grande o amor de Deus para com os que se arrependem.
BIBLIOGRAFIA
Daniel e Apocalipse, EETAD;
Pequena Enciclopédia Bíblica, Ed. Vida;
Manual Bíblico, H.H.Halley .
É fundador do CACP, graduado em história e professor de religiões. * Cada autor é responsável pelo conteúdo do artigo assinado por ele. |
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