O prefeito Michael Bloomberg, da Nova Iorque, não convidou nenhum religioso para participar no próximo 11 de setembro da cerimônia dos 10 anos do ataque terrorista às torres gêmeas do World Trade Center. Além de sobreviventes e de familiares das vítimas, foram convidados bombeiros e autoridades.
Bloomberg tem evitado comentar o assunto, por ser polêmico, mas seus assessores lembram que no ano passado a passagem da data já foi “laica”.
Jornais têm publicado que o propósito do prefeito é, na verdade, evitar que no dia o memorial do 11/9 se torne palco de uma guerra religiosa, de cristãos contra muçulmanos — estes teriam de estar representados na cerimônia para não parecer retaliação, caso os religiosos fossem convidados.
A reação a Bloomberg tem sido forte.
Fernando Cabrega, pastor e membro do Conselho de Nova Iorque, por exemplo, afirmou que os religiosos formaram “um dos pilares” de sustentação espiritual e emocional às famílias das vítimas e, por isso, não se entende por que agora foram esquecidos.
Rudy Washington, que na época do ataque à WTC era vice-prefeito, é outro exemplo. Ele disse estar indignado porque a “expulsão” dos religiosos da cerimônia significa que os Estados Unidos “perderam o seu caminho”.
Também tem havido algumas poucas manifestações de apoio ao prefeito, com as do rabino Joseph Potasnik. Ele disse que, como não daria para que todas as religiões estivessem representadas no evento, dada a diversidade cultural de Nova Iorque, o mais correto é mesmo não convidar ninguém, em vez de privilegiar as quatro grandes religiões.
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